25 de abril sempre - Palestra com Casimiro Santos e Luís Garra
- 14 abril 2024
Casimiro Santos, professor de História e militar incorporado três meses antes do 25 de Abril, compartilhou, com os nossos alunos, as vivências pessoais durante esse período tumultuoso. Destacou o choque de ser convocado para o serviço militar num momento em que o país estava em guerra. A dualidade de papéis, como soldado e educador, ofereceu uma visão única das tensões e expectativas que antecederam a queda do regime salazarista. Relembrou o clima de repressão e censura que caracterizava o regime do Estado Novo. Como professor de História, viu em primeira mão como o sistema educativo era usado para perpetuar a ideologia do regime, limitando o pensamento crítico e reprimindo qualquer forma de oposição. O 25 de Abril representou a esperança de uma nova era, onde a liberdade de expressão e a pluralidade de ideias seriam finalmente valorizadas.
Luís Garra, operário têxtil e sindicalista, testemunhou a exploração e as injustiças sociais que eram endémicas na sociedade portuguesa sob o regime autoritário. Apresentou uma perspetiva das classes trabalhadoras e das suas lutas sob o regime ditatorial. Compartilhou histórias de resistência e solidariedade entre os trabalhadores, destacando a importância da participação ativa das classes trabalhadoras na luta pela liberdade e pela justiça social. Participou ativamente nos movimentos operários e sindicais que desafiavam as condições de trabalho desumanas e exigiam melhores salários e direitos laborais. Para Luís Garra, o 25 de Abril representou a conquista da dignidade e da justiça para os trabalhadores, abrindo caminho para uma sociedade mais igualitária e inclusiva.
Durante a sessão, os alunos demonstraram um grande interesse e envolvimento no tema, levantando questões pertinentes sobre as condições sociais e políticas da época, preocupações com o serviço militar obrigatório e mostrando um desejo genuíno de compreender melhor o contexto histórico que levou à Revolução dos Cravos.