Investigação conclui que há fatores críticos que impedem que o sistema escolar seja mais democrático e, consequentemente, que os alunos obtenham melhores resultados. “Políticas educativas e desempenho de Portugal no PISA (2000-2015)” analisa 15 programas, entrevista professores, diretores e inspetores, para compreender o que mudou na Educação e que explique os resultados alcançados no programa internacional de avaliação.
Diretores e professores têm visões distintas sobre o novo modelo de Educação Inclusiva. Mais de 60% dos primeiros referem que as respostas aos alunos com necessidades educativas especiais melhoraram. A maioria dos segundos têm uma opinião contrária. Federação Nacional dos Professores (FENPROF) fez um inquérito e divulgou resultados.
Alunos portugueses mantêm resultado a Matemática, descem ligeiramente a Leitura, e baixam nove pontos em Ciências. Avaliação internacional mostra que o efeito do estatuto socioeconómico e cultural no desempenho escolar é significativo em Portugal. As expetativas são maiores em contextos mais favorecidos. Mais de metade não escuta o que os professores dizem, 50% chegaram tarde à escola nas duas semanas antes do PISA, e o gosto por ler diminuiu.
Conselho Nacional de Educação traça o retrato do setor e dá nota de um corpo docente altamente qualificado, mas em que apenas 0,02% dos professores estão no topo da carreira com uma média 61,4 anos de idade e 39 de serviço. A despesa do Estado nesta área, uma das mais estruturantes para o desenvolvimento do país, desceu 8% na última década.